IESA - Santo André
2º ALEN - Turma 2011

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Alicirpi por Jorge Barbosa


Finalmente eu começava tudo de novo: Viver. Eu tinha deixado o trabalho por causa dos filhos pequenos e o marido ciumento. Tinha me deixado dominar, mas minha paciência não.
Voltei a arrumar-me, respeitar-me e trabalhar-me, estava cansada de só dormir, comer, voltar a dormir e comer. Cansada de tantas discussões por causa de dinheiro. O homem acha que você é um objeto, que você deve-lhe devoção, você é linda e maravilhosa, mas o tratamento que você recebe não é amor. A casa arrumada, as crianças sorrindo calmante, não quer dizer fortuna, às vezes é preciso gastar para isso. Magia é coisa de bruxa ou conto de fadas, dinheiro compra algumas coisas e sexo não é amor. Nenhuma mulher deve se enganar com isso.
Um dia parei no pronto socorro sem uma boa bolsa e um sapato. Liguei para meu marido, estava segura comigo, amava-me mais e era amada, inventei a desculpa perfeita. Fazia muito tempo que meu marido não era carinhoso, educado e intenso. Às vezes ele virava-me no meio da noite, usava-me e dormia se afastando de mim por dias, semanas e até quinzenas inteiras.
“Quem não dá assistência abre porta para concorrência”. E foi o que houve, não levou muito tempo, a concorrência era um homem fino, forte, maduro e inteligente. No trabalho, ele levou-me primeiro um cafezinho, depois para o bar, para o restaurante e para o karaokê, sempre cantávamos, bebíamos e riamos juntos, e bem juntinhos descobri o que era orgasmo.
Tá tudo certo e não tá? Meu marido finge que não sabe que é traído e eu finjo que não sei que ele sabe, estou tão feliz e ele também.

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